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Somos jovens. Sonhadores, apaixonados, perdidos e
inebriados pelo mundo. Nós escrevemos nossos parágrafos, rabiscamos nossas
carteiras, pichamos nossos quartos, soletramos nossas músicas porque queremos
mudar o mundo. E como o nosso limite ainda é muito curto, somos infinitos até
onde nos é permitido. Nós somos eternos! Queremos tirar do tapete toda a
sujeira, limpar o mundo inteiro, unir as nações, dar um fim nas guerras, acabar
com os bandidos e os valentões. Nós queremos mudar a história do planeta, ganhar
o prêmio Nobel, ser grande o suficiente para não depender de ninguém.
Protestamos contra os políticos, o aquecimento global, o fim da ditadura. Nós
queremos revolucionar as entranhas do mundo inteiro. Nós queremos paz, amor e
música no fim da noite. Lutamos pelas causas mais nobres e as mais fúteis
porque tudo o que queremos é ter algo pelo que viver. Queremos mudar mentes e
ideologias. Nós queremos a nossa própria bandeira.
Gritamos alto sobre a
sociedade ser uma grande bola de neve, que a cada dia mais se enterra, e sobre
a nova geração, a qual vem perdida pelo caminho. Não sabemos, na nossa mania de
sonhar alto, que toda mudança começa de baixo. Lá do mais íntimo ponto: nós
mesmos. Somos jovens, queremos mudar o mundo, derrotar os males, as sombras, o
tempo, o inverno e tudo o que vier pela frente. Porém nos esquecemos de lutar
contra os monstros existentes dentro de nossos corações. No nosso infinito,
perdemos as lutas por descuido: Por não ver o menor e, ainda assim, mais
poderoso inimigo. O mundo muda, quando nós mudarmos. Enquanto isso, todas as
batalhas serão em vão."
~ rio-doce